Illustrado por: Megan Joyce
Traduzido por: Julia Ribeiro Guimarães Araujo
É um lindo dia de primavera depois de uma semana chuvosa. Você sai ao ar livre e procura por insetos. Assim que caminha pelo bairro, observa um vaso de flores vazio. Você percebe que há um pouco de água da chuva no fundo. Olhando mais perto, enxerga um pequeno enxame de mosquitos voando em torno do vaso. De repente, você sente uma picadinha no braço e, assim que olha para baixo para ver o que era, vê um mosquito indo embora. Você acabou de ser picado!
Você sai para evitar mais picadas, mas o que acabou de ver pode lhe ensinar um pouco sobre o ciclo de vida dos mosquitos. Mesmo que os odeie, aprender sobre como vivem e como se reproduzem lhe ajudará a evitá-los. Vamos observá-los mais atentamente, começando pelo ciclo de vida deles.
O ciclo de vida dos mosquitos
Um mosquito pousa sobre a superfície de uma poça d’água num balde deixado no quintal. Ele encolhe seu corpo para expelir uma pequena bola oval e esbranquiçada: seu ovo. Mosquitos fêmea podem pôr dezenas de ovos na superfície ou borda d’água de uma só vez. Dentro dos ovos, seus embriões levam vários dias para se desenvolverem e, enquanto o fazem, escurecem até a cor preta. Nesse estágio, se estiverem completamente submersos em água, chocarão e iniciarão suas jornadas como larvas.
Uma larva de mosquito é semelhante a uma minhoca, exceto muito menor. Larvas nadam se rastejando, o que permite com que sejam apelidadas de “minhoquinhas”. Nesse estágio de vida, o foco principal é o crescimento. Então, passam a maior parte do tempo comendo e procurando por comida. Outro animal cuja larva faz algo semelhante é a lagarta. As larvas de mosquitos se alimentam de partículas de comida e de microorganismos na água, como algas ou bactérias. Elas respiram através de um tubo no fim de suas caudas (Sim. Elas respiram pelo bumbum!).
Enquanto uma larva se alimenta e cresce, ela passa por várias fases chamadas estágios larvais. Em cada um deles, crescem o máximo possível em sua casca externa, que se chama exoesqueleto. Então, troca seu velho exoesqueleto por um novo já existente embaixo. Esse novo pode se expandir um pouco na medida em que a larva cresce, produzindo uma casca ainda maior que a anterior. Na último estágio larval, a larva terá sua última refeição, vai se soltar do próprio exoesqueleto e, então, tornar-se uma pupa.
Pupas rodopiam e giram pela água, o que é apelidado de “cambalhotas”. Para as pupas, o principal objetivo é se desenvolver à forma adulta, com asas e pernas. Essa fase é similar às crisálidas antes do aparecimento da borboleta adulta, exceto pela possibilidade do mosquito em se movimentar. Como uma crisálida de borboleta, as pupas não se alimentam. Elas apenas rodopiam pela água, ocasionalmente dando uma pausa na superfície para respirar por seus tubos do final das suas caudas.
Depois de alguns dias, vagarosa e certeiramente, irá se torcer para fora do exoesqueleto pupal (também chamado de muda). Esse processo ocorre na superfície da água e, uma vez que mosquito tenha emergido, aguarda suas asas secarem. Isso marca o fim da fase aquática do ciclo de vida do mosquito. A próxima é a fase terrestre, quando os mosquitos adultos voam, buscam por alimento, acasalam e procuram por sangue.
Como mosquitos se reproduzem?
Mosquitos adultos macho surgem alguns dias após as fêmeas. Assim que elas aparecem, o acasalamento inicia. O processo é uma ação rápida que pode ocorrer em meio ao voo ou em repouso. Normalmente, cada fêmea se reproduz com um único macho em uma única vez ao longo de toda sua vida. Elas podem permitir a cópula com um mosquito macho se for atraída pelo som de suas asas batendo enquanto voa. No momento da cópula, os machos irão transferir esperma para a fêmea. O material permanecerá vivo na fêmea por em torno de um mês e isso garante uma quantia suficiente de esperma para os ovos da fêmea até o fim de sua vida. Essa é uma das razões pelas quais fêmeas geralmente apenas se acasalam uma vez
Mosquitos só ingerem sangue?
Enquanto adultos, ambos mosquitos macho e fêmea se alimentam com néctar das flores como fonte de água e energia. Elas também usam a parte em forma de agulha (uma probóscide) da suas bocas para sugar sangue de outros animais. Somente as fêmeas podem sugar sangue; machos possuem probóscides bifurcadas que não penetram a pele.
As fêmeas usam os nutrientes do sangue para nutrir os ovos que carregam. Sem o fornecimento de uma refeição com sangue, normalmente, tornam-se incapazes de pôr ovos. Elas encontram suas fontes de sangue ao sentir, primeiramente, o gás carbônico (CO2) e, em seguida, identificam calor e cheiros através de suas antenas. Elas cospem saliva na pele para anestesiá-la e para previnir o espessamento do sangue do hospedeiro. Então, cava sua probóscide na pele e encontra um vaso sanguíneo.
Poucos dias após a ingestão de sangue, os ovos estão prontos para serem depositados. Ela os desovará em um ambiente escuro e molhado e, assim, o ciclo de vida continuará. Para cada leva de ovos postos, elas precisam encontrar uma nova fonte de sangue. É durante consecutivas extrações do material venoso quando doenças podem ser transmitidas. Se um mosquito fêmea reter uma doença em uma determinada picada, ela poderá transmiti-la para alguém em uma picada mais tarde. Para que isso ocorra, o patógeno deverá alcançar a saliva do mosquito antes da próxima refeição de sangue. Assim como, quanto mais sangue os mosquitos coletam, maiores são os riscos de transmitir doenças
Mosquitos e doenças
Você é capaz de observar aqueles mosquitinhos voando em torno daquele vaso de flor? Bem, não permita que o tamanho deles engane você. Esses insetos matam mais de 700.000 pessoas por ano e espalham doenças como a Febre do Nilo Ocidental, dengue e malária para mais de 1 milhão de pessoas por ano. Pessoas se tornam infectadas quando são picadas por um mosquito contaminado. Mesmo que nem todas as espécies de mosquitos disseminem doenças, é importante saber quais o fazem. Nós também devemos saber sobre as doenças que mosquitos transmitem.
Proteja-se dos mosquitos
Pode parecer que não existe um modo de se proteger desses ninjas com asas, mas há algumas alternativas para tentar. Sua melhor proteção é evitar ser picado por mosquitos. Para fazer isso, evite sair quando há muitos mosquitos procurando por sangue. Para a maioria deles, logo antes do anoitecer. Você também pode tentar cobrir o máximo possível da sua pele. Isso significa usar calças longas e camisetas de mangas compridas. Qualquer pele exposta pode ser coberta com repelente. Se você dorme ao ar livre ou com uma janela aberta, durma com uma tela mosquiteira lhe cobrindo. Essas são dicas básicas para você se proteja contra mosquitos.
Onde os mosquitos moram?
Você já se questionou porque normalmente vê mosquitos próximo da água? Bom, aparentemente, água é o local predileto de encontro deles. Essas criaturas voadoras precisam viver acerca de água estagnada, já que seus ciclos de vida dependem disso.
Algumas espécies de mosquito preferem viver próximo de alguns tipos de água. Umas preferem águas que existem há anos, como lagos e poças. Esses corpos d’água geralmente são limpos e ricos em nutrientes. Outras preferem fontes de água que surgem e permanecem apenas após as chuvas ou quando fazendeiros aguam plantações. Mosquitos podem ser encontrados em quase todo lugar onde há água. Você os encontrará em florestas, pântanos, cidades e até mesmo no deserto.
Detalhes bibliográficos:
- Artigo: Tudo sobre mosquitos
- Autor: Dr. Biology
- Editor: Arizona State University School of Life Sciences Ask A Biologist
- Nome do site: ASU - Ask A Biologist
- Data de publicação: 7 Jun, 2024
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Os Estados Unidos são lar de mais de 200 espécies distintas de mosquitos, mas apenas 12 delas transmitem doenças. Outras podem até tentar picar você, mas não transmitem doenças. Esses são conhecidos como mosquitos inofensivos. Alguns países tropicais possuem mais que o dobro em número de espécies distintas de mosquitos.
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